O deputado federal Coronel Assis (União Brasil) criticou a atuação de políticos que tentam, aqui em Mato Grosso, viabilizar a aprovação de uma lei que determina a instalação de câmaras nas fardas de policiais militares. Segundo ele, o Brasil tem pautas mais importantes, como o combate à criminalidade, para o qual não está preparado.
"Acho que temos pautas muito mais importantes. Nós temos que trazer a responsabilidade dos poderes para combater o avanço criminal, que traz 'a rodo' a questão da violência", disse.
"Um país que não está preparado para tratar com dureza e seriedade com a questão do crime, tem que estar pronto para conviver com a barbárie", emendou.
Esta semana, no Rio de Janeiro, policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) começaram a atuar com câmeras nas fardas. Por conta disso, o deputado estadual Wilson Santos (PSD) voltou a trazer o assunto para os colegas na Assembleia Legislativa de MT. O parlamentar chegou a apresentar um Projeto de Lei para instalação das câmeras nos PMs de Mato Grosso, mas a proposta foi arquivada.
Assis classificou a medida como uma "cortina de fumaça" para esconder o real problema do país, que é a impunidade para os criminosos. O deputado federal explicou que a Polícia Militar tem feito seu papel institucional, mas que as leis brasileiras têm favorecido os criminosos, que são soltos pouco tempo após as prisões.
Ele lembrou o caso da mãe e três filhas que foram estupradas e mortas na cidade de Sorriso (420 km de Cuiabá), no ano passado. O autor do crime, um pedreiro que trabalhava em uma obra ao lado da casa das vítimas, tinha um mandado de prisão em aberto por ter cometido um crime semelhante em outra cidade do Estado.
"Para mim não passa de mais uma cortina de fumaça, mais uma situação criada dentro de uma narrativa, para poder esconder o real problema que hoje acontece no nosso país, que é a impunidade. Infelizmente, se não houver vergonha na cara por parte do estado brasileiro, e não houver também um empenho e um esforço concentrado entre os poderes legislativo, judiciário e executivo, no sentido de combater a impunidade, não vai acontecer nada, vai ficar do jeito que está", declarou Assis.