A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) concedeu o título de cidadão mato-grossense ao presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, condenado no processo do mensalão. A proposta foi apresentada pelo deputado estadual Elizeu Nascimento (PL).
A resolução que concede o título ao cacique no PL foi aprovada no último dia 21 de junho e publicada no Diário Eletrônico da própria ALMT na quinta-feira (27). A concessão do título ocorre após a polêmica envolvendo a aprovação dos títulos de cidadão mato-grossense dados aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
Após a publicação, Cattani apresentou uma resolução pedindo a revogação da concessão da homenagem aos magistrados, alegando que ele não participou da reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, da qual preside.
Valdemar Costa Neto é o cacique do PL há décadas e chegou a ser preso em fevereiro deste ano, durante operação da PF que investiga a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula e a abolição do Estado Democrático de Direito. Ele foi detido por conta de uma arma sem registro e uma pepita de ouro. Foi solto um dia depois ao pagar fiança.
Porém, o "novo mato-grossense" se tornou conhecido nacionalmente em 2005, logo após a descoberta do que ficou conhecido como "escândalo do mensalão", que apurou a propina a parlamentares para apoiar projetos do governo federal. Ele renunciou ao mandato de parlamentar. O político foi o primeiro congressista acusado de envolvimento com o mensalão a perder o cargo, após as denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson.
Ele admitiu que recebeu R$ 6,5 milhões, mas que não era para "comprar parlamentares" e sim pagar dívidas de campanha. Costa Neto escapou da cassação do mandato pelo Conselho de Ética da Câmara ao deixar o cargo, e manteve seus direitos políticos.
Foi reeleito em 2006 e em 2010, mas acabou condenado a 7 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e teve sua prisão decretada pelo STF em 5 de dezembro de 2013. O cacique do PL sempre foi base aliada nos dois primeiros governos Lula e governo Dilma. Durante o processo de impeachment de Dilma em 2016, defendeu que o PL permanecesse na base aliada da petista.
A guinada de Costa Neto à direita ocorreu em 2022, quando recebeu a filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro no PL.
Fonte: Gazeta Digital