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Foro de São Paulo

Partido governista PT assina resolução do Foro de São Paulo reconhecendo a vitória do ditador Maduro na Venezuela


Nicolás Maduro | Imagem por Eneas De Troya (CC)

CARACAS, 16 de outubro — O partido governista PT (Partido dos Trabalhadores) assinou, sem divulgar para evitar prejuízo político nas eleições municipais, uma resolução do Foro de São Paulo que reconhece Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais venezuelanas realizadas no fim de julho, que foram marcadas por prisões de opositores e a ausência de qualquer evidência que comprove a vitória do atual regime.

"Ante a atuação da extrema direita, se converte em um imperativo para nossas forças políticas fazer um chamado a respeitar a institucionalidade democrática de Venezuela e a autodeterminação do povo venezuelano com relação aos resultados eleitorais que deram a vitória ao presidente Maduro" -trecho do documento

O documento, que foi produzido e assinado por partidos de esquerda no México em 29 de setembro, antes dos recentes atritos públicos de Maduro com o governo Lula, foi divulgado apenas hoje no site do Foro de São Paulo.

Clique aqui para ler a íntegra da declaração do Foro de São Paulo>

Estava presente no evento a integrante da executiva nacional do PT Mônica Valente, que exerce a função de Secretária Executiva do Foro de São Paulo.

Até o momento da publicação desta matéria, o partido governista PT não havia se manifestado publicamente sobre os questionamentos a seu endosso à resolução do Foro de São Paulo que ratifica a vitória do ditador Maduro.


Essa não é a primeira vez que o PT manifesta apoio ao reconhecimento da "vitória" de Maduro na Venezuela.

Em julho, o partido chegou a divulgar uma nota nota oficial saudando a "vitória" do ditador venezuelano Nicolás Maduro nas "eleições" presidenciais venezuelanas.

Na nota, que foi assinada pela Executiva Nacional do PT, o partido afirmou que as "eleições" na Venezuela foram uma "jornada pacífica, democrática e soberana", destacando que o CNE (equivalente ao TSE), controlado pelo regime local, daria "um tratamento respeitoso a todos os recursos recebidos conforme a Constituição".

Postagem da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, anunciando a nota que saúda o ditador venezuelano Nicolás Maduro

Em meados de agosto, durante uma viagem ao sul do Brasil e em entrevista à Rádio Gaúcha, ao ser questionado sobre a Venezuela, Lula, que está em seu terceiro mandato presidencial nesta mesma sigla política, rechaçou a nota pública de seu partido, afirmando que não concordava com seu conteúdo. Apesar do posicionamento do mandatário brasileiro, a entrevista ganhou destaque nos noticiários após Lula afirmar que não considera a Venezuela uma ditadura, mas sim um "regime muito desagradável".

"Não, eu não concordo com a nota. Eu não penso igual à nota. Mas eu não sou da direção do PT […] O partido não é obrigado a fazer o que o governo quer. E nenhum governo é obrigado a fazer o que o partido quer" -Lula

Lula também disse na entrevista, erroneamente, que ambos os lados no pleito venezuelano não apresentaram os documentos para provarem que venceram.

Desde o dia seguinte das "eleições", a oposição mantém um arquivo público online, que pode ser verificado por qualquer pessoa, e que reúne 83,5% das atas de votação do país.

De acordo com as atas públicas (documentos oficiais), a oposição venezuelana teria vencido o "pleito" com cerca de 67% dos votos (ao menos 7.303.482 votos).

Link do sistema: https://resultadospresidencialesvenezuela2024.com


(Matéria em atualização)

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