Fiocruz aponta sinais de queda em alta recente da covid-19 no país

Por Verdade na Hora em 25/10/2024 às 20:13:02

Os casos de sĂ­ndrome respiratória aguda grave (SRAG) relacionados à covid-19 mantiveram a tendĂȘncia de queda na maior parte dos estados brasileiros, principalmente, na região centro-sul. Apesar disso, quatro unidades federativas apresentaram sinais de avanço nos nĂșmeros de SRAG: EspĂ­rito Santo, Mato Grosso, ParaĂ­ba e Tocantins. Segundo o estudo, esses registros ocorreram sobretudo em idosos, crianças e adolescentes até 14 anos. As informações são do boletim InfoGripe divulgado nesta quinta-feira (24) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O boletim InfoGripe mostrou ainda que, no agregado nacional, nota-se sinal de queda na tendĂȘncia de longo prazo, que são as Ășltimas seis semanas, e na de curto prazo, Ășltimas trĂȘs semanas. A anĂĄlise da Fiocruz é feita com base nos dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), referentes à Semana Epidemiológica (SE) 42, entre 13 e 19 de outubro.

De acordo com a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação CientĂ­fica da Fundação Oswaldo Cruz (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, quem acompanhou a publicação nas Ășltimas semanas tomou conhecimento de uma recente onda de covid-19, que começou por volta da Semana 32, mas jĂĄ se observa queda do nĂșmero de casos nas Ășltimas semanas, especialmente nos estados da região centro-sul. A pesquisadora ressalta a interrupção do crescimento, ou inĂ­cio de queda, nos estados de Pernambuco e do Acre, enquanto Mato Grosso, ParĂĄ e ParaĂ­ba apresentam leve sinal de aumento na hospitalização de idosos, muito provavelmente associado à covid-19.

O Boletim InfoGripe aponta ainda sinal de alta de SRAG em crianças e adolescentes até 14 anos. Nos estados do EspĂ­rito Santo e do Tocantins, onde também se verifica aumento dos registros de SRAG nessa faixa etĂĄria, não foi possĂ­vel identificar o tipo de vĂ­rus responsĂĄvel. Nos dois estados, não se sabe exatamente qual vĂ­rus tem levado ao aumento dos casos de SRAG entre crianças e adolescentes, pode ser um desses vĂ­rus que afetam crianças, como VSR, rinovĂ­rus ou até mesmo o metapneumovĂ­rus, acrescenta a pesquisadora.

Entre as capitais, João Pessoa, Manaus e São LuĂ­s tĂȘm apresentado avanço nos casos de SRAG.

Tatiana Portella reforça a importância da adoção das medidas de prevenção indicadas. "A gente mantém as recomendações de sempre. Para os moradores de estados com aumento de casos de SRAG, o ideal é usar mĂĄscaras em locais fechados, com maior aglomeração de pessoas e dentro dos postos de saĂșde", diz a pesquisadora. Para todo mundo, o uso de mĂĄscaras é recomendado se surgirem sintomas.

O uso da mĂĄscara também é essencial toda vez que aparecem sinais de sĂ­ndrome gripal "O ideal é que, em qualquer sinal de sĂ­ndrome gripal, como coriza, tosse, febre, dor de garganta, a pessoa saia de casa usando uma boa mĂĄscara para evitar transmitir vĂ­rus respiratórios a outras pessoas, principalmente, se não puder fazer repouso em casa para se recuperar da infecção", acrescenta.

Além dessas recomendações, Tatiana enfatiza a relevância da imunização. "A gente reforça a importância da vacinação contra a covid-19. É muito importante que as pessoas, principalmente, dos grupos de risco, estejam em dia com a vacina contra o vĂ­rus."

Resultados

No ano epidemiológico 2024, foram feitas 147.782 notificações de casos de SRAG, das quais, 69.954 (47.3%) tiveram resultado laboratorial positivo para algum vĂ­rus respiratório, 61.932 (41.9%) foram negativas, enquanto 8.082 (5.5%) aguardam resultado laboratorial.

Entre os casos positivos deste ano, 17.8% são de influenza A; 1.3%, de influenza B; 36.9%, de vĂ­rus sincicial respiratório; 25.4%, de rinovĂ­rus; e 19.0%, de Sars-CoV-2 (covid-19).

A Fiocruz ressalta que os dados de positividade para semanas recentes "estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado".

Mortes

Neste ano, jĂĄ foram registrados 9.040 óbitos, dos quais 4.677 (51.7%) tiveram resultado laboratorial positivo para algum vĂ­rus respiratório; 3.632 (40.2%), negativo; enquanto 165 (1.8%) aguardam resultado. Nos resultados positivos neste ano, 28.4% são de influenza A; 1.5%, de influenza B; 8.9%, de vĂ­rus sincicial respiratório; 8.5%; de rinovĂ­rus, e 52.0%, de Sars-CoV-2 (covid-19)."Nas quatro Ășltimas semanas epidemiológicas, a prevalĂȘncia entre os casos positivos foi de 17.2% para influenza A; 6.8%, para influenza B; 1.7%, para vĂ­rus sincicial respiratório; 7.4%, para rinovĂ­rus; e 61.8% para Sars-CoV-2 (covid-19), conclui o Boletim InfoGripe.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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