Abilio insinua que facção oferece R$ 200 mil por voto de parlamentares na eleição da Mesa

Em entrevista nesta quinta-feira (7) o prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), disse que recebeu informações de que um vereador estaria utilizando dinheiro de uma facção criminosa e oferecendo-o a parlamentares para que votem em determinada chapa nas eleições da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá. A oferta seria de R$ 200 mil. Brunini disse que ainda está juntando provas sobre a influência de facções no Legislativo e por isso ainda não quer citar nomes.

Nessa quarta-feira (6) o prefeito eleito já havia acusado a facção criminosa Comando Vermelho de interferir na disputa da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá, no entanto sem apresentar provas ou citar nomes. Ele voltou a falar sobre este assunto hoje (7).

"Provas a gente já está juntando. O que a gente está aguardando é ter elas consolidadas e a gente está acompanhando, está monitorando esse processo pra gente fazer a representação correta. Por que fazer uma representação superficial a gente não pode fazer. Mas eu já estou avisando publicamente sobre o fato para aqueles que estão praticando ficarem atentos que nós vamos mexer com isso, nós não vamos deixar isso barato não".

Abilio disse que tem encaminhado à Câmara sugestões de nomes para composição da Mesa Diretora, pedindo que sejam escolhidas pessoas que têm conduta ilibada, sem ligação ou afinidade com facções criminosas.

"A gente tem vereador que deu moção de aplauso pra cara do comando "pô", tá de brincadeira, olha o nível que a Câmara está, reconhecendo liderança de comando como líder comunitário, como pessoa de relevância pra sociedade (...). Eu posso deixar um negócio desse? E o cara fica irritado comigo, eu estou tranquilo lá conversando com o Fellipe Corrêa, estava sentado na minha e o cara vem discutir comigo", comentou.

O vereador que discutiu com Abilio, na terça-feira, foi Jeferson Siqueira (PSD). O parlamentar teria questionado o prefeito eleito sobre o motivo de estar interferindo na eleição da Mesa Diretora. Abilio apenas disse que não quer "grupo que bota a faca no pescoço do prefeito" no comando do legislativo.

Na entrevista de hoje (7) Abilio ainda disse que recebeu informações de que um vereador estaria utilizando dinheiro do crime organizado, R$ 200 mil, e oferecendo o valor a parlamentares para que votem em determinada chapa.

"A gente recebeu informações, e essas a gente está apurando, eu não posso confirmar, (...) de que alguém teria pego um dinheiro emprestado com um líder do comando aí pra poder cooptar vereadores para conseguir votos pra montar uma determinada chapa. A gente não tem certeza se essa informação é real, a gente está apurando, mas diz que até vereadores já sofreram assédios ou ofertas. Mas assim como esses vereadores optaram pelo sigilo, a gente vai fazer uma denúncia em sigilo pra respeitar esses vereadores, mas que que estaria circulando na casa de R$ 200 mil aí o voto", relatou.

O prefeito eleito disse que, caso suas apurações confirmem o que lhe foi repassado, a denúncia será feita diretamente ao Ministério Público.