O mercado financeiro está em alerta com as recentes análises do renomado gestor Howard Marks, da Oaktree Capital, sobre os spreads de crédito nos Estados Unidos. Assim como no Brasil, a queda dos spreads levanta questões cruciais sobre a real compensação dos riscos envolvidos.
Marks, em sua última carta,destacou que os spreads de papéis high yield (alto risco e alto retorno) estão entre os mais estreitos da história, um cenário que exige cautela e análise aprofundada.
Apesar da valorização recente dos títulos de crédito, o retorno projetado para esses papéis sofreu uma queda, passando de 9,5% para pouco acima de 7%. Essa redução reflete o aumento da demanda, uma maior tolerância ao risco e as expectativas de cortes nas taxas de juros.
"A questão-chave não é se o spread de hoje é historicamente baixo ou não. É se o spread de hoje é suficiente para compensar as perdas que poderão ocorrer." aconselha Howard Marks.
Marks utilizou dados históricos para ilustrar seu ponto, mencionando que a taxa de default média dos bonds high yield ficou em 3,5% entre 1986 e 2024, enquanto as perdas por default oscilaram em torno de 230 bps anuais. Ele pondera que, embora o spread atual gire em torno de 290 bps, as condições macroeconômicas podem mudar, impactando a taxa de inadimplência futura.
Outro ponto abordado por Marks foi a crescente popularidade do crédito privado como alternativa de investimento. Ele reconhece o atrativo dos retornos superiores em relação ao crédito público, mas adverte sobre os riscos inerentes à falta de liquidez e à dificuldade de marcação a mercado.
Em sua análise, Marks enfatiza que os investidores devem concentrar-se no retorno total dos investimentos, e não apenas nos spreads. Ele lembra que são os retornos efetivamente obtidos ao longo do tempo que sustentam aposentadorias e dividendos, e não os spreads em si.
"Spreads não pagam aposentadorias ou dividendos." - Howard Marks.
O gestor observa que, mesmo em períodos de spreads historicamente baixos, o mercado de high yield superou os retornos dos Treasuries no longo prazo. Contudo, ele reitera a importância de considerar as condições de mercado atuais e a capacidade de gestão ativa para minimizar perdas com defaults.
A análise de Oaktree Capital serve de alerta para investidores, especialmente em um momento de incertezas econômicas e políticas no Brasil, onde o governo de Lula, cada vez mais, distancia o país de uma política econômica liberal, levando investidores a buscarem alternativas mais seguras.
*Reportagem produzida com auxílio de IA