Muito se fala sobre viver com positividade e o quanto ser otimista pode ser sinônimo de felicidade. Inclusive, é comprovado que pessoas que procuram ver o lado positivo da vida tendem a cuidar mais da saúde, a praticar exercícios e a se alimentar melhor. Não, isso não é um texto de autoajuda, é ciência pura comprovada com fatos. Um levantamento da Universidade Harvard, nos EUA, comprovou que pensar positivamente pode fazer bem até para os pulmões. Os pesquisadores avaliaram o estado de saúde de 670 homens na faixa dos 60 anos de idade e aplicaram testes de personalidade para identificar quem eram os otimistas e os pessimistas. Depois de 8 anos, constatou-se que a turma do bom humor tinha um sistema imunológico mais resistente a doenças pulmonares quando comparada ao grupo dos estressados.
Também é verdade que o coração bate melhor quando estamos com bom humor. Pesquisadores do Instituto Delfland de Saúde Mental, na Holanda, monitoraram homens com idade entre 64 e 84 anos durante 15 anos. A incidência de infartos e derrames foi menor entre aqueles que tinham uma atitude positiva. Os otimistas apresentaram ainda 55% menos risco de ter doenças cardíacas.
Seguindo a linha de raciocínio que preza pelo pensamento otimista, o Portal Jovem Pan entrevistou uma especialista no assunto. Andréa Perez, Head do Instituto Felicidade Agora é Ciência – IFAC que atua com potencialização humana há mais de 13 anos é também autora do livro "Profissão Felicidade", publicação da Editora Leader. Em um bate papo em plena Bienal do Livro em São Paulo, a mentora e palestrante nacional e internacional comentou sobre as emoções positivas em diversos aspectos, inclusive no ambiente familiar.
"A psicologia positiva é um campo científico que abrange exatamente o campo da felicidade, que é a vida de todo mundo. Todos os resultados de estudos científicos demonstram que emoções positivas podem ser geradas dentro do ambiente da família, então, você pode ter ações relacionadas à gratidão, esperança, orgulho etc. Você pode usar o engajamento, que é o 'flow', em atividades que você tem habilidades para realizá-las, ou seja, gerando aquele momento em que a gente não vê o tempo passar. Esse tipo de vivência pode ser realizado no ambiente familiar e é geradora de bem-estar", explica Andréa.
Migrando para a área mais distinta e detalhada em no último livro, a autora defende que a construção de um profissional de felicidade necessariamente requer uma postura que esteja alinhada com a subjetividade humana e suas peculiaridades. "Um profissional dessa área, na atualidade, precisa alicerçar-se em ciência e numa atitude absolutamente ética, para que não seja apenas alguém que promete milagres ou fórmulas generalistas que em nada favorecerão os perfis da diversidade dos indivíduos na construção de sua felicidade.
Além disso, seu direcionamento requer uma evitação de ditaduras de felicidade, que afastam os indivíduos e as organizações de sua natureza dicotômica de vivências negativas e positivas, como se a primeira não existisse". De acordo com Andréa, é preciso que um profissional defenda que, apesar da parte que cabe aos indivíduos realizar, a felicidade é também gerada pelos processos e diretrizes organizacionais, educacionais, políticas, sociais e econômicas. Ou seja, pequenas atitudes, mesmo dentro do cotidiano de cada um, podem fazer com que a pessoa fique satisfeita naquele momento, e podem ser trabalhadas com práticas simples.
Por exemplo: você chega no final do dia e escreve as três coisas boas que aconteceram na sua vida naquele dia. O que você sentiu? O que foi bom? Por que aquilo aconteceu? Quanto você pode fazer mais daquilo? Assim, de uma forma simples você traz o seu olhar para o que aconteceu de positivo no seu dia, e não a negativa. São ações dentro da nossa rotina que produzem essa sensação de bem-estar dentro do contexto geral" detalha.
Pratique a gratidão: reconhecer o bem na sua vida pode melhorar o humor e a sensação de bem-estar;
Pense antes de reagir: tente direcionar os seus pensamentos e emoções de forma positiva, mesmo em situações difíceis;
Deixe o passado ir embora: compreenda que eventos passados já não existem mais e foque no presente;
Cuide da sua saúde física: a prática de exercícios físicos e uma alimentação saudável podem melhorar a sua saúde física e mental;
Evite a mídia negativa: procure fugir de fontes de informação negativas;
Ajude os outros: ser solidário ao próximo pode ser uma forma de ser mais positivo;
Desabafe com alguém: tirar do peito algumas mágoas pode ajudar a combater pensamentos negativos.
Fonte: Jovem Pan