Acre: Sindicato dos Médicos denuncia instalações de raio-x inadequadas

Por Verdade na Hora em 01/10/2024 às 11:17:54

O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) encaminhou um documento ao Ministério PĂșblico Estadual, ao Conselho Regional de Medicina e à Secretaria Estadual de SaĂșde do Acre (Sesacre) para verificar denĂșncias de radiação por meio de aparelhos de raio-x instalados nos hospitais dos municĂ­pios de Feijó e Sena Madureira. Em nota, o sindicato informou que durante visita técnica, uma equipe da representação dos profissionais verificou que "salas improvisadas possuem aparelhos de raio-x em pleno funcionamento, mas sem o devido isolamento e contenção da radiação".

Na nota, a diretoria do Sindmed-AC classifica a situação como gravĂ­ssima e que serĂĄ denunciada também à Comissão Nacional de Energia Nuclear [CNEN]. "Essa é uma situação gravĂ­ssima que deve ser investigada pelas autoridades competentes na ĂĄrea, por isso pediremos ajuda à Comissão Nacional de Energia Nuclear", expôs o vice-presidente do Sindmed-AC, Rodrigo Prado, na nota.

A entidade denuncia, inclusive, que por ser próximo ao pronto-socorro improvisado, até o prédio do Ministério PĂșblico Estadual de Sena Madureira, "pode estar recebendo radiação secundĂĄria proveniente do aparelho de raio-x".

Conforme o órgão de classe, a suspeita foi resultado de alertas feitos pelos trabalhadores, "que denunciaram a falta de barita nas paredes e a ausĂȘncia de uma porta adequada no espaço. Assim, o risco é de uma contaminação silenciosa, causando danos irreparĂĄveis à saĂșde das pessoas".

Conforme o sindicato, o aparelho de Sena Madureira estĂĄ apontado para uma parede de ĂĄrea externa. "Isso significa que os vizinhos da frente da unidade podem estar recebendo doses diĂĄrias de radiação primĂĄria, enquanto a radiação secundĂĄria, de menor intensidade, se espalha ao redor e, mesmo sendo menos potente, acaba sendo perigosa devido à frequĂȘncia", acrescentou.

JĂĄ em Feijó, segundo a entidade, o equipamento foi instalado no almoxarifado, na direção da frente provisória do hospital. "Assim, pacientes, acompanhantes e, principalmente, os servidores podem estar recebendo rajadas de radiação primĂĄria, enquanto o material disponibilizado dentro da sala acaba contaminado com a radiação secundĂĄria", completou.

Rodrigo Prado disse que o caso de Sena Madureira jĂĄ foi discutido pelo Sindicato em reuniões com autoridades realizadas na Sesacre. "Existem até denĂșncias anteriores, quando uma situação semelhante ocorreu no antigo pronto-socorro. A situação estĂĄ se agravando e trazendo riscos para a população", relatou.

A entidade também cita denĂșncias de que a unidade do municĂ­pio de Manoel Urbano enfrenta situação semelhante, "o que levanta um alerta sobre a eficiĂȘncia do isolamento em todas as unidades do estado".

A intenção da denĂșncia, de acordo com o sindicato, "é evitar algo semelhante à catĂĄstrofe ocorrida em 1987, em Goiânia, quando a exposição ao Césio-137 (137Cs) resultou na morte de quatro pessoas. Na época, indivĂ­duos acabaram violando uma mĂĄquina abandonada em uma unidade de saĂșde, levando o material radiológico para casa por acreditar que era um objeto de valor".

CNEN

Em resposta à AgĂȘncia Brasil, a CNEN informou que "o controle de raio-x para fins diagnósticos não é de competĂȘncia da CNEN, e sim da ANVISA, em suas unidades locais".

MPAC

O Ministério PĂșblico do Estado do Acre disse que a apuração das denĂșncias estĂĄ em andamento. "Ao tomar conhecimento, o Ministério PĂșblico do Estado do Acre, por meio das Promotorias de Justiça de Sena Madureira e Feijó, adotou providĂȘncias para apurar as denĂșncias".

A AgĂȘncia Brasil procurou a Anvisa, a Secretaria de Estado de SaĂșde do Acre e o Conselho Regional de Medicina e aguarda posicionamento sobre as denĂșncias.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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