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Há 100 anos, um explorador britânico desaparecia na selva de Mato Grosso.

Por Verdade na Hora em 17/02/2025 às 09:32:59

Há 100 anos, em meados de janeiro de 1925, o coronel Percy Fawcett, explorador e arqueólogo britânico, comprou um chapéu Stetson, um hábito que mantinha antes de cada nova expedição. Poucos dias depois, ele se prepararia para embarcar em sua última jornada, acompanhado de seu filho Jack Fawcett, de 21 anos, e do melhor amigo, Raleigh Rimell. O destino era o Brasil, mais especificamente a remota Serra do Roncador, no interior de Mato Grosso, onde Fawcett acreditava ter encontrado vestígios de uma antiga cidade perdida, a qual nomeou de "Z".


Ainda naquele mês, Fawcett fez as malas e se despediu de sua esposa, Nina Paterson, e de seu filho mais novo, Brian Fawcett. Junto de Jack e Raleigh, embarcou para o Rio de Janeiro, de onde começaria a longa jornada rumo ao desconhecido.


A experiência de Fawcett na América do Sul não era recente. Em 1906, ele já havia vindo ao Brasil para participar da demarcação das fronteiras entre o país e a Bolívia, em uma missão para a Royal Geographical Society (Sociedade Geográfica Real). Essa experiência inicial alimentou sua paixão pela região e pelo enigma das civilizações perdidas.


Em 1920, Fawcett havia retornado ao Brasil, desta vez à Amazônia, em busca da mítica "cidade Z". Contudo, a expedição foi frustrada após uma série de infortúnios, incluindo a necessidade de matar seu cavalo e a escassez de suprimentos. O sonho de descobrir a cidade perdida foi adiado, mas não abandonado.


Ao longo dos anos, o coronel manteve contato com figuras importantes da política brasileira, como o embaixador britânico John Tilley e o ministro da Agricultura, Miguel Calmon, durante o governo de Artur Bernardes. Em março de 1925, Fawcett e seus dois companheiros chegaram a Cuiabá, onde se prepararam para o trecho final da expedição. Este contato com a elite política brasileira não era novidade, uma vez que, em 1920, Fawcett já havia se encontrado com o presidente Epitácio Pessoa e com o Marechal Cândido Rondon. O encontro com Rondon, inclusive, foi marcado por tensões, pois o marechal mato-grossense não via com bons olhos a presença de expedições estrangeiras em território brasileiro.


A última expedição de Fawcett teve início no dia 20 de abril de 1925, quando ele partiu de Cuiabá rumo à Serra do Roncador, com o objetivo de resolver o mistério da "cidade Z". O último registro de sua presença foi uma carta enviada à esposa no dia 29 de maio de 1925, com palavras de encorajamento: "Você não precisa temer nenhum fracasso". Essas seriam suas últimas palavras documentadas.


Após isso, Percy Fawcett, seu filho Jack e Raleigh Rimell desapareceram sem deixar vestígios. Nunca mais se soube de seus destinos. Teorias sobre o que teria ocorrido durante a expedição variam: alguns acreditam que os três exploradores foram mortos por uma tribo indígena, enquanto outros sugerem que eles sucumbiram às implacáveis condições da selva, vítimas de ataques de animais selvagens ou doenças tropicais. Uma teoria mais audaciosa, porém, é que Fawcett teria encontrado, de fato, a "cidade perdida", tendo vivido por anos ali, liderando uma civilização desconhecida até seu falecimento.


O desaparecimento de Percy Fawcett permanece um dos maiores mistérios da história das expedições na América do Sul, alimentando a imaginação de muitos até os dias de hoje. A busca pela "cidade Z", se é que ela realmente existiu, continua a fascinar exploradores, arqueólogos e aventureiros ao redor do mundo.

Fonte: Gazeta digital

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