Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deflagrou, na manhã desta terça-feira (2), a Operação Lei e Ordem para cumprir 10 ordens judiciais contra membros de uma facção criminosa que mataram Rogério Ricard Santos, 44, irmão de um sargento da Polícia Militar, em fevereiro de 2022.
Ao todo, conforme a assessoria de imprensa da Polícia Civil, são cumpridos 5 mandados de prisão temporárias e 5 de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá e Campo Grande (MS). Os alvos são investigados por homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por integrar organização criminosa e impedir investigação de organização criminosa.
O crime
De acordo com as informações divulgadas pelo GD, em 17 de fevereiro de 2022, a polícia foi acionada até o bairro Ouro Fino por um sargento da PM, que informou que o irmão tinha sofrido uma tentativa de homicídio e que a vítima já tinha sido levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Contou ainda que não sabe explicar o que tinha acontecido, já que chegou no local do fato e encontrou o irmão inconsciente. O sargento disse também desconhecer os suspeitos do crime.
Equipe esteve no HMC, onde foi informada que Rogério estava em estado grave, com ferimentos e lesões provocadas por armas brancas, provavelmente pedaços de pau e faca. Porém, a vítima não resistiu e morreu momentos depois.
Investigação
Equipe da DHPP apurou que o verdadeiro algo da facção era o irmão da vítima, o sargento da PM. O crime era uma tarefa ordenada por um dos membros da facção, que precisava se reabilitar com a organização criminosa e recebeu a incumbência de matar um policial. Diante da dificuldade da tarefa, o irmão da policial foi vítima da execução.
Durante os trabalhos de apuração dos fatos, um policial da DHPP que atuava em diligências na região do bairro 1º de março foi ameaçado por membros do grupo criminoso para que a investigação fosse encerrada.
"Ficou bem nítida a ação da facção criminosa no intuito de acabar com a investigação que em curso, caracterizando, além dos demais crimes, a conduta de impedir investigação de organização criminosa", disse o delegado responsável pelas investigações, Maurício Maciel.
A operação parte de um planejamento adotado pela DHPP na repressão qualificada da força policial no enfrentamento para esclarecer os crimes e chegar às prisões dos autores. O planejamento estratégico teve início com a análise criminal e mapeamento dos inquéritos policiais que reuniam indícios de autoria de crimes praticados a mando de facções criminosas na região metropolitana de Cuiabá. Há cerca de 20 dias, a DHPP deflagrou a Operação Sicários com 16 mandados de prisões e buscas e apreensões contra integrantes de facções criminosas envolvidos em homicídios nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande.
"DHPP tem feito esse planejamento para reprimir crimes violentos, com atuação repressiva qualificada, impactando, diretamente, na prevenção a delitos com as prisões dos executores", pontuou o titular da unidade especializada, delegado Rodrigo Azem. c
Fonte: Gazeta Digital