Em seu discurso durante a diplomação como prefeito nessa quarta-feira (19), Abilio Brunini (PL) aproveitou para fazer uma reclamação diretamente à presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), a desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, com relação à decisão da Justiça Eleitoral que reprovou as contas de campanha dele. O prefeito eleito reforçou que não fez nada de errado e pediu que o processo de prestação de contas seja mais transparente.
Na decisão proferida pelo juiz eleitoral Alex Nunes de Figueiredo foi apresentado um conjunto de irregularidades nas despesas efetuadas durante a campanha, que perfazem o importe de 26,94% do total de gastos aplicados, superando o valor aceito pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre as principais irregularidades está a falta de comprovação dos serviços prestados pela empresa T2 Comunicação, Vídeo e Produções Ltda.
"Eu gostaria de fazer [uma sugestão], que alguns dados da campanha fossem compartilhados com a própria prestação de contas para evitar equívocos em algumas decisões de prestação de contas. A nossa campanha, por exemplo, ela teve inúmeros programas eleitorais, inserções na TV, no rádio, na internet, programas que foram para a internet, tivemos marqueteiros que nos acompanharam durante todo o período da campanha e também nos debates, e tudo isso parecia que não existia na prestação de contas e me pediram a devolução de R$ 2,8 milhões do valor integral", disse Abilio em seu discurso.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) emitiu parecer solicitando a manutenção da decisão que reprovou as contas de campanha de Abilio. Para o promotor eleitoral Rubens Alves de Paula, os embargos de declaração apresentados pela defesa de Abilio seriam apenas "inconformismo" da parte do prefeito eleito. No discurso de diplomação o prefeito eleito propôs que estes dados sobre gastos sejam compartilhados em tempo real, para que haja mais transparência.
"Precisamos aumentar a transparência da execução dos recursos públicos, mas também precisamos evitar a destruição moral dos candidatos, quando eles alcançam o resultado. Nós com muita dificuldade ganhamos essa eleição e temos aqui um diploma comprovando que a população escolheu a gente para ser prefeito da capital, e com grandes desafios que a gente tem, às vezes eu me vejo numa notícia nacional falando que eu preciso devolver o dinheiro público como se tivesse feito algo de errado. E aí eu tenho que fazer minha defesa e a defesa de outros candidatos que possam passar pelo mesmo constrangimento no momento como esse".
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