2024 também foi ano de perdas para a política mato-grossense. Duas lideranças políticas morreram em momentos diferentes em suas trajetórias: o ex-deputado Romoaldo Boraczynski e a deputada de 1º mandato federal Amália Barros (PL).
Em março deste ano, Romoaldo que havia se despedido da vida pública sofreu um Acidente vascular cerebral (AVC), e após 3 dias internado acabou morrendo aos 63 no Hospital Amecor em Cuiabá.
Natural de Paranavaí, no Paraná, Romoaldo chegou em Mato Grosso na década de 1970 residindo no município de Alta Floresta. Sua trajetória política se inicia em 1982, quando é eleito vereador do município e, em 1990, é eleito deputado estadual pela primeira vez. Foi reeleito em 1994 e 1998. Em 2000, foi eleito prefeito de Alta Floresta e reeleito em 2004.
Já em 2010, voltou a ser eleito deputado estadual e reeleito em 2014. Na última legislatura (2018-2022), foi suplente na cadeira do MDB e chegou a assumi-la por algumas vezes.
Nos anos que atuou como parlamentar, foi presidente da Assembleia Legislativa, líder de governos anteriores e chegou a ser vice-líder do governador Mauro Mendes no início da gestão.
Já Amália Barros estava em seu primeiro mandato como parlamentar, e era considerada uma das promissoras lideranças políticas do Estado. Amiga pessoal da ex-primeira dama Michelly Bolsonaro (PL), se filiou ao PL para concorrer uma das 8 vagas de Mato Grosso na Câmara Federal, e acabou sendo eleita.
No dia 3 de maio deste ano, a deputada passou por cirurgia para remoção de nódulo benigno no pâncreas e precisou ser internada na UTI. Contudo, a parlamentar foi submetida a outras 3 cirurgias após sofrer hemorragias no órgão e acabou sendo intubada. Porém, ela chegou a ter melhoras significativas nos dias que se passaram. No entanto, no dia 8 de maio, a situação se agravou e ela retornou para intubação em estado "gravíssimo".
Já na madrugada do dia 12 de maio, a deputada federal, aos 39 anos, morreu no Hospital Vila Nova Star, da Rede D"Or, em São Paulo. Como homenagem, a Câmara Federal aprovou no dia 15 de maio, o projeto que deu o nome da deputada Amalia Barros ao Prêmio "Brasil Mais Inclusão", cedido pela Casa a empresas e pessoas físicas que tenham se destacado na área de inclusão de pessoas com deficiência.
Amalia Scudeler de Barros Santos nasceu em 22 de março de 1985, na cidade paulista de Mogi Mirim e se formou em jornalismo. Aos 20 anos de idade, Amália perdeu a visão do olho esquerdo por conta de uma infecção, a toxoplasmose. Após passar por 15 cirurgias, ela teve, em 2016, que remover o olho e passar a usar uma prótese ocular.
Em 2021, Amália lançou o livro "Se Enxerga!: Transforme desafios em grandes oportunidades para você e outras pessoas", contando sua história, fundou o Instituto Amália Barros, rebatizado posteriormente como Instituto Nacional da Pessoa com Visão Monocular. Por meio dele, a deputada federal realizou diversas campanhas de arrecadação de recursos e doações de próteses oculares e lentes esclerais, beneficiando milhares de pessoas.
Além disso, ela se dedicou à aprovação da Lei. 14.126/2021, que classificou a visão monocular como deficiência sensorial e deu às pessoas com visão monocular os mesmos direitos e benefícios previstos para pessoas com deficiência.
Filiada ao Partido Liberal (PL), a jornalista foi eleita deputada federal por Mato Grosso, em 2022, recebendo mais de 70 mil votos, aproximadamente 5% dos votos do estado. Na Câmara, ela passou a integrar as comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, dos Direitos da Mulher e da Educação, entre outras.
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