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Revelado: Estudo mostra diferença de desempenho entre alunos com e sem cotas

Novas pesquisas apontam discrepâncias acadêmicas em universidades brasileiras.

Por Verdade na Hora em 20/02/2025 às 17:16:17

Estudos recentes lançam luz sobre o desempenho acadêmico de alunos com e sem cotas em universidades brasileiras, contrariando a ideia de que não há diferença entre os grupos.

Uma pesquisa na Universidade Federal de Viçosa (UFV) revelou que, entre 2016 e 2020, cotistas foram reprovados em mais disciplinas que não cotistas. A maior diferença foi observada entre estudantes pretos, pardos ou indígenas de baixa renda, com média de 5,99 reprovações, contra 4,62 dos não cotistas.

"Os resultados apontaram que os estudantes de ações afirmativas apresentaram desempenho inferior aos de ampla concorrência, necessitam de mais tempo para a graduação e possuem maior número de reprovações." concluiu Roseane Maria Vogado Rodrigues, autora de um estudo na Universidade Federal de Goiás (UFG).

Na UFG, outro estudo analisou mais de 11 mil alunos e constatou que a média global dos cotistas (7,07) foi inferior à dos não cotistas (7,44), com a diferença aumentando ao longo do tempo.

Já na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, um estudo em 2024 comparou o desempenho de alunos de medicina. Cotistas obtiveram um coeficiente de rendimento médio de 8,31, enquanto não cotistas alcançaram 8,45. No entanto, alunos cotistas de escolas públicas tiveram desempenho semelhante aos não cotistas.

Uma pesquisa na Universidade de Brasília (UnB) analisou alunos de medicina. Embora algumas modalidades de cotas tenham apresentado desempenho até superior aos não cotistas, estudantes de baixa renda, pretos, pardos ou indígenas de escolas públicas mostraram um Ãndice de Rendimento Acadêmico (IRA) levemente inferior.

Uma dissertação de mestrado de 2014 na Fundação Getulio Vargas (FGV) analisou as notas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e concluiu que cursos com cotas tiveram notas 4,6% mais baixas, em média, do que os sem cotas.

"os alunos que ingressaram nas instituições de ensino superior (IES) por ações afirmativas (AA) apresentam, em média, desempenho menor que os alunos que não são beneficiados" concluiu Talita de Moraes Gonçalves Silva, autora da dissertação.

Em 2024, o Congresso Nacional estendeu a lei de cotas raciais em concursos públicos por mais dez anos, aumentando de 20% para 30% as vagas reservadas. No mesmo ano, a Suprema Corte dos EUA decidiu contra o uso da raça como critério de admissão em universidades.

Esses dados levantam questionamentos sobre a eficácia do sistema de cotas e suas implicações no desempenho acadêmico. A discussão continua em aberto, com os próprios autores dos estudos reconhecendo as nuances e a complexidade do tema.

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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