Mato Grosso registra 811 novos casos de HIV e 316 de Aids, entre janeiro a outubro deste ano. Em comparação com 2023, houve redução no número de casos diagnosticados de 30,3% e 84,2 %, respectivamente. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Mas, apesar da redução, a campanha de conscientização do HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), realizada durante todo o mês de dezembro, retrata a importância do tratamento. No município de Cuiabá, por exemplo, 500 pessoas com HIV/Aids abandonaram o tratamento. As duas unidades de Serviços de Atendimento Especializados (SAEs) realizam cerca de 7 mil atendimentos por mês e, atualmente, possui 5.667 pacientes cadastrados. Destes, 4.709 são pessoas que realizam tratamento de HIV/Aids.
Segundo a médica infectologista Danyenne Assis, deixar de fazer o tratamento pode acarretar muitos prejuízos que levam ao adoecimento e até ao óbito. O abandono do tratamento é ruim, porque depois de um determinado período, mesmo que o paciente esteja com uma carga viral zerada, o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) vai voltar a se multiplicar e vai poder haver a progressão para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). E também o paciente pode ter outras complicações não infecciosas relacionadas à presença de uma inflamação constante no seu organismo, como aumento do risco de infarto e derrame.
Ela explica ainda que o paciente com Aids, quando tem uma infecção já prolongada pelo HIV, e não descobriu ou não tratou, vai ter a queda da imunidade e pode apresentar vários problemas de saúde, como as infecções oportunistas, principalmente, que não fariam mal para quem tem uma boa imunidade, mas para quem tem uma imunidade comprometida, essas infecções podem matar.
Outras complicações são alguns tipos de câncer, a própria infecção do HIV em fase avançada também podem fazer lesões internas nos órgãos e fazer com que o paciente fique mais debilitado com perda de peso.
Segundo Danyenne, muitos pacientes abandonam o tratamento por vários motivos, mas ressalta que o mais importante é saber que mesmo que um paciente interrompa o tratamento, ainda é tempo de voltar para o serviço de saúde e retomar o tratamento para que não tenha as complicações da doença.
Fonte: gazetadigital