Para Lula, a cooperação em saĂșde é uma das maiores urgĂȘncias do Sul Global. Ele destacou que serĂĄ lançado um mecanismo de defesa da saĂșde mundial e lembrou que as experiĂȘncias anteriores, como a pandemia de covid-19, devem resultar em ensinamentos para os paĂses.
"A pobreza, a falta de acesso a serviços bĂĄsicos e a exclusão social são o terreno fértil para doenças como tuberculose, malĂĄria e dengue e outras que, juntas, ameaçam cerca de 1 bilhão e 700 milhões de pessoas no mundo. Durante a nossa presidĂȘncia pretendemos lançar uma parceria para a eliminação de doenças socialmente determinadas e doenças tropicais negligenciadas", afirmou Lula.
"A ausĂȘncia de acordo em torno do tratado sobre pandemias, mesmo após o covid-19 e a pandemia mpox, atesta a falta de coesão da comunidade internacional diante de graves ameaças. Sabotar os trabalhos da Organização Mundial da SaĂșde [OMS] é um erro com sérias consequĂȘncias", ressaltou.
Além da saĂșde, Lula comentou brevemente sobre cada uma das prioridades do Brasil no Brics, entre elas o uso de moedas locais em operações financeiras relacionadas ao comércio e investimentos dos paĂses-membros do grupo. O objetivo é reduzir os custos de operações comerciais-financeiras das nações em desenvolvimento.
"A atual escalada protecionista na ĂĄrea de comércio e investimentos reforça a importância de medidas que busquem superar os entraves à nossa integração econômica. Aumentar as opções de pagamento significa reduzir vulnerabilidades e custos. A presidĂȘncia brasileira estĂĄ comprometida com o desenvolvimento de plataformas de pagamento complementares, voluntĂĄrias, acessĂveis, transparentes e seguras", garantiu.
O presidente ainda ressaltou que, ao mesmo tempo em a inteligĂȘncia artificial oferece oportunidades extraordinĂĄrias, também traz desafios éticos, sociais e econômicos. Nesse sentido o Brasil estĂĄ propondo a Declaração de LĂderes sobre Governança da InteligĂȘncia Artificial para o Desenvolvimento.
"Essa tecnologia não pode se tornar monopólio de poucos paĂses e poucas empresas. Grandes corporações não tĂȘm o direito de silenciar e desestabilizar nações inteiras com desinformação. Mitigar os riscos e distribuir os benefĂcios da revolução digital é uma responsabilidade compartilhada", disse Lula.
Para o presidente, o Brics "precisa tomar para si" a tarefa de recolocar o Estado no centro dos debates para uma governança "justa e equitativa" dessa tecnologia, sob o amparo das Nações Unidas.
"Qualquer tentativa de desenvolvimento econômico hoje passa pela inteligĂȘncia artificial. Não podemos permitir que a distribuição desigual dessa tecnologia deixe o Sul Global à margem", afirmou.
Os sherpas são os negociadores enviados pelos paĂses integrantes do Brics com a responsabilidade de conduzir as discussões que culminarão com a CĂșpula de LĂderes, agendada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro . A reunião de sherpas é presidida pelo embaixador Mauricio Lyrio, secretĂĄrio de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores e sherpa do Brasil no Brics.
Na sessão especial com o presidente Lula, além dos representantes de paĂses-membros do Brics - RĂșssia, Ăndia, China, África do Sul, ArĂĄbia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, participaram embaixadores de paĂses parceiros - Belarus, BolĂvia, Cazaquistão, Cuba, MalĂĄsia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Fonte: AgĂȘncia Brasil